Durante anos, falar de menopausa foi quase sinónimo de falar de fim: fim da fertilidade, fim do prazer, fim da juventude. Mas há algo que esquecemos ao repetir esta ideia: a menopausa não é o fim. Pode, aliás, ser o renascimento de uma nova fase — inclusive da sexualidade.
Mudança não significa perda. Significa transformação.
Com a diminuição natural dos estrogénios, o corpo da mulher passa por várias alterações — algumas delas desafiantes: secura vaginal, diminuição da libido, alterações no humor, sono e energia. Mas isso não significa que o desejo desapareça ou que o prazer tenha de diminuir.
Aliás, muitas mulheres relatam que, sem o peso da fertilidade, das inseguranças da juventude ou da pressão social, o sexo torna-se mais livre, mais consciente e — sim — mais prazeroso.
Porque é que o sexo pode melhorar depois da menopausa?
- Mais autoconhecimento: o corpo muda, mas a relação com ele pode ficar mais profunda.
- Liberdade emocional: menos ansiedade, menos pressa.
- Foco na qualidade, não na quantidade: o prazer passa a ter outras formas, outras camadas.
- Relações mais maduras: a comunicação melhora, o desejo torna-se mais emocional e intenso.
- Cuidados terapêuticos certos: com o acompanhamento adequado, é possível melhorar a lubrificação, a vascularização, a sensibilidade e o tónus dos músculos pélvicos.
Como melhorar a sexualidade na menopausa?
Na nossa prática clínica, acompanhamos mulheres que querem viver esta fase com saúde, confiança e prazer. Com uma abordagem integrada que combina:
Exercícios pélvicos e fortalecimento muscular
Técnicas de libertação de tensão e reeducação do pavimento pélvico
Estratégias para aumentar a circulação, a lubrificação e a sensibilidade
Conversas honestas, sem tabus — com linguagem clara e apoio profissional
O resultado? Mulheres que redescobrem o seu corpo. Que voltam a sentir prazer. Que deixam de ver o sexo como algo que ficou no passado.
Conclusão: o fim de uma fase pode ser o início de outra ainda melhor.
A menopausa não apaga o desejo. Pode, sim, libertá-lo de antigas pressões.
Não tem de ser o fim da vida sexual — pode ser o momento em que ela, finalmente, começa com mais presença, prazer e liberdade.